segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

O novo Diretor Regional da Cultura, Ricardo Tavares


ANTES

O pároco de Fenais da Luz afirmou, através das redes sociais que “enquanto eu for pároco, não haverá lugar a violência contra animais, nem touradas nem bezerradas. Porque quando há maus-tratos a animais haverá sempre violência contra pessoas…” e lembra a última encíclica do Papa Francisco “Laudato Si”, onde os maus tratos aos animais são condenados pelo responsável máximo da Igreja.

O Padre Ricardo Tavares vai mais longe, lembrando os custos na organização deste tipo de eventos, suportados pelo erário público e cujas verbas devem ser canalizadas para outro tipo de iniciativas mais saudáveis e úteis: “A tourada é uma prática sádica, na qual as pessoas se divertem à custa do medo e do pânico do toiro, além de ser uma actividade bárbara, anti-civilizacional e dispendiosa, que queima verbas que podiam muito bem ser canalizadas para uma acção social ou até para o restauro da Igreja”.

(Extraído da página da Plataforma BASTA)


DEPOIS

“Como já lhe referi, a minha opinião é pessoal e não passa disso. A partir do momento que sou nomeado Diretor Regional da Cultura, meto de lado as minhas opiniões e trabalho ao serviço das tradições culturais da Região, qualquer que ela seja.

Pode esperar de mim respeito e apoio efectivo a todas as manifestações da Ilha Terceira, até porque a tauromaquia contribui em boa medida para a economia da Ilha.”

(Ricardo Tavares. Extraído de uma página do Facebook)



quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Comunicado do MCATA: Governo Regional e Autarquias entregam cerca de 222 mil euros à indústria das touradas


Governo Regional e Autarquias entregam cerca de 222 mil euros à indústria das touradas

Em tempos da COVID-19 e com a mais grave crise económica das últimas décadas, o que poderia ser feito com mais de duzentos mil euros de dinheiro público? Sem dúvida esse dinheiro deveria ser destinado a melhorar o serviço regional de saúde ou a melhorar as condições de vida de todas as pessoas que ficaram sem emprego.

No entanto, o Governo Regional e as autarquias de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória resolveram o contrário e decidiram dar esse dinheiro a quem já vive de barriga cheia vivendo à custa do retrógrado negócio da tortura animal.

Apesar de este ano as restrições sanitárias decorrentes da pandemia quase não permitirem realizar touradas na região, a indústria das touradas conseguiu fazer grande negócio na mesma graças ao dinheiro público que aparentemente nunca falta para a alimentar, mesmo em tempos terríveis de pandemia e de falência da economia regional.

Assim, o Governo Regional decidiu entregar este ano aos ganadeiros seis mil euros por cada corrida de touros que deixou de se realizar. E igualmente outros 500 euros por cada tourada à corda não realizada, aos quais devem somar-se os mil euros por tourada que vai entregar a Câmara de Angra para 19 touradas à corda. E como se calhar ainda parecia pouco, os ganadeiros vão receber generosamente 15 mil euros do Governo Regional e 11 mil euros da Câmara da Praia como "compensação financeira” pela não realização de touradas.

No total são cerca de 222 mil euros: cerca de 177 mil euros (Portaria n.º 80/2020, 23/06/2020) e 15 mil euros (Portaria n.º 1100/2020, 12/06/2020) entregues por parte do Governo Regional, 19 mil euros por parte da Câmara de Angra (ver Diário Insular, 29/05/2020) e 11 mil euros por parte da Câmara da Praia (ver Praia Expresso, 21/05/2020). Isto para além de todos os subsídios que os ganadeiros recebem regularmente todos os anos.

Como se não bastasse a falta de vergonha neste uso e abuso do dinheiro público, o Governo Regional considera o “lobby” das touradas, representado aqui pela Associação Regional de Criadores de Toiros de Tourada à Corda, como uma "instituição sem fins lucrativos". E apesar desta suposta ausência de fins lucrativos, o Governo não duvida em qualificar o considerável dinheiro dado a esta instituição como "uma compensação financeira pela não realização de touradas”.

Assim, quando o negócio não é bom para a indústria das touradas, todos os açorianos têm de pagar uma "compensação financeira" aos ganadeiros no valor de centenas de milhares de euros. E têm de pagar essa “compensação” mesmo os açorianos, de todas as ilhas, que são contrários às touradas e consideram esta actividade indigna e imprópria de um país civilizado.

Para onde vão parar, portanto, os nossos impostos em tempos de pandemia? Nos Açores, como sempre, pela mão dos nossos governantes e da indústria tauromáquica, o nosso dinheiro serve inevitavelmente para alimentar a repudiada e embrutecedora prática da tortura de animais.


Comunicado do
Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA)
http://iniciativa-de-cidadaos.blogspot.pt/
24/09/2020



domingo, 20 de setembro de 2020

Cerca de 222 mil euros de apoio público às touradas



Em tempos da COVID, o dinheiro vai para... as touradas!


Governo Regional: cerca de 177 mil euros

"É atribuída uma compensação financeira, a fundo perdido, aos ganadeiros no montante de 500 euros por cada tourada à corda, e de 6.000 euros no caso das corridas de touros ou novilhadas, em que tenham participado no ano de 2019." (Portaria n.º 80/2020 de 23 de junho de 2020).

Esta portaria, segundo o Secretário Regional da Agricultura e Floresta, atribui "uma compensação financeira aos ganadeiros proprietários de animais de raça brava dos Açores e brava de lide, pela não realização de touradas à corda, corridas de touros e novilhadas, no ano de 2020, em virtude das medidas e restrições sanitárias impostas na sequência da pandemia “COVID-19” ".

Governo Regional: 15 mil euros

"Manda o Governo da Região Autónoma dos Açores, através do Secretário Regional da Agricultura e Florestas, que se atribua à ARCTTC – Associação Regional de Criadores de Toiros de Tourada à Corda, um apoio financeiro no valor de 14.908 euros" (Portaria n.º 1100/2020 de 12 de junho de 2020).

Este dinheiro é também "uma compensação financeira aos ganaderos proprietários de animais de raças de gado bravo, pela não realização de touradas à corda e de praça este ano".

Câmara de Angra: 19 mil euros

A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo pretende contratualizar com a Associação Regional de Criadores de Toiros de Tourada à Corda a transferência de 19 mil euros, destinados à realização, provavelmente no próximo ano, de uma tourada em cada uma das 19 freguesias do concelho.

Segundo o presidente do município, Álamo Meneses, em causa está sobretudo uma medida de apoio aos ganadeiros, afetados pela paralisação imposta pelo novo coronavírus. Os ganadeiros tem “o gado no mato e têm de tratar dele todo o ano, foi uma forma de lhes fazer chegar algum dinheiro” (Diário Insular, 29/05/2020).

Câmara da Praia: 11 mil euros

A Câmara Municipal da Praia da Vitória (CMPV), deliberou, por unanimidade, na reunião ordinária do passado dia 04 de maio, conceder um apoio financeiro no valor de 10.880 euros, à Associação Regional dos Criadores de Touros das Touradas à Corda (ARCTTC), mediante celebração de um contrato programa, destinado a mitigar os prejuízos provocados pelo cancelamento de diversas touradas à corda no concelho devido à pandemia COVID-19.

A proposta, submetida pelo presidente da edilidade, Tibério Dinis, na sequência de um pedido da ARCTTC, que manifestou-se preocupada com a subsistência das ganadarias face ao atual contexto pandémico, prevê a transferência, em valor equivalente, da verba orçamentada para as festas tradicionais do concelho.

No entanto, ressalvou Tibério Dinis, caso se venha a realizar festas em junho, ou em julho, ou a partir dessa data, as mesmas não deixarão de ser apoiadas, pois ainda constam outros cinquenta por cento no âmbito do regulamento municipal de apoio às festas (Praia Expresso, 21/05/2020).

MAIS DINHEIRO PÚBLICO PARA AS TOURADAS!

Assim, quando o negócio não é bom, todos os açorianos têm de pagar uma "compensação financeira" aos ganadeiros. Mesmo aqueles açorianos, de todas as ilhas, que são contrários às touradas.

Segundo o Governo Regional, as touradas “têm tradição secular com raízes em várias ilhas dos Açores sendo um polo dinamizador da atividade económica que lhe está associada, bem como da atividade turística”. E ainda considera que o apoio à ARCTTC é uma "transferência de capital" a uma "instituição sem fins lucrativos".

Agora o lobby da tauromáfia é considerado uma instituição sem fins lucrativos? Não há vergonha!

Se há sector que não precisa de ajudas é o dos criadores de touros de lide porque já as têm nos subsídios e financiamentos da Política Agrícola Comum que continuam a receber, na ordem de vários milhões de euros por ano, pelo que é inaceitável a desculpa de que o apoio se destina a alimentar e manter os animais.



Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores
O Jornal-Eco nº 02 – Julho 2020



domingo, 2 de agosto de 2020

Jornal Ecologista dos Açores 02


Novo Jornal Ecologista dos Açores.
Contribuição do MCATA, na página 16.

Quem ganha e quem perde com as touradas?


Ao longo dos tempos, na ilha Terceira e não só, houve sempre gente que se
insurgiu contra a realização de touradas e quem, não as condenando por completo,
considerasse que as mesmas se realizavam em número excessivo.

Um texto publicado no dia 31 de agosto de 1974, no jornal de Angra do Heroísmo,
“O Trabalhador” aborda a questão, denunciando quem beneficiava com as touradas e
quem eram os principais prejudicados com as mesmas.

Com base no texto referido e fazendo algumas atualizações, abaixo abordamos o
assunto.

Quem mais ganha(va) com as touradas à corda?

- Os ganadeiros (donos dos touros);
- Os donos das fábricas de refrigerantes e salgadinhos;
- Os que têm quantidades de vinhos em depósito para venda [Hoje, os vendedores de cerveja, vinda do exterior da Região];
- Os donos da Empresa de Viação Terceirense [Hoje, os donos dos Postos de Combustíveis].

Quem mais perde com as touradas?

A maioria da população com menos recursos (mais pobres), através do dinheiro:
- Gasto no aluguer dos touros;
- Utilizado na compra dos bilhetes das camionetas [Hoje na compra dos
combustíveis];
- Usado na compra das bebidas, salgadinhos, etc.

Para além do referido, o jornal denunciava e com toda a razão que quem mais
beneficiava com as touradas (os mais ricos) ainda tinham o descaramento de
condenar as populações mais desfavorecidas com comentários como os seguintes:

“Malandros não querem fazer nada, só querem é toiros”
“Para isto (touradas) o Povo tem sempre dinheiro”


Hoje, para além das perdas diretas com as touradas, que não criam riqueza
nenhuma, apenas transferem dinheiro diretamente de uns (os que menos têm) para
os outros (os que mais têm), perdem todos os açorianos, pois há verbas dos
Serviços de Saúde que são usadas no transporte e tratamento de feridos, há
dinheiros vindos da Comunidade Europeia que são usados para apoiar a criação de
touros usados nas touradas, há subsídios das autarquias para os ganadeiros e há
apoios governamentais para as ganadarias que podiam ser usados para fins úteis à
sociedade.

José Sousa



quinta-feira, 25 de junho de 2020

Governo Regional: cerca de 177 mil euros para touradas



O DINHEIRO VAI PARA... AS TOURADAS!
O Governo Regional apoia touradas com cerca de 177 mil euros

Portaria n.º 80/2020 de 23 de junho de 2020:
"Manda o Governo Regional dos Açores, pelo Secretário Regional da Agricultura e Florestas, a atribuição de uma compensação financeira aos ganadeiros proprietários de animais de raça brava dos Açores e brava de lide, pela não realização de touradas à corda, corridas de touros e novilhadas, no ano de 2020, em virtude das medidas e restrições sanitárias impostas na sequência da pandemia “COVID-19”.

É atribuída uma compensação financeira, a fundo perdido, aos ganadeiros no montante de € 500,00 (quinhentos euros) por cada tourada à corda, e de € 6.000,00 (seis mil euros) no caso das corridas de touros ou novilhadas, em que tenham participado no ano de 2019."


Considerando que em 2019 houve 224 touradas à corda na ilha Terceira, e poderá ter havido uma dezena noutras ilhas e uma dezena de touradas de praça, o montante atribuído aos criadores de touros é de cerca de 177 mil euros.

Os contribuentes açorianos pagam as touradas da Terceira quando elas existem e quando elas não existem. Não há vergonha!



domingo, 21 de junho de 2020

Governo Regional: 15 mil euros para touradas



O DINHEIRO VAI PARA... AS TOURADAS!
O Governo Regional apoia touradas com 15 mil euros

Portaria n.º 1100/2020 de 12 de junho de 2020:
"Manda o Governo da Região Autónoma dos Açores, através do Secretário Regional da Agricultura e Florestas, que se atribua à ARCTTC – Associação Regional de Criadores de Toiros de Tourada à Corda, um apoio financeiro no valor de 14.908,58 €."

Esta portaria, segundo o Secretário Regional da Agricultura e Floresta, atribui "uma compensação financeira aos ganaderos proprietários de animais de raças de gado bravo, pela não realização de touradas à corda e de praça este ano, devido às restrições sanitárias impostas pela pandemia".

Assim, quando o negócio não é bom, todos os açorianos têm de pagar uma "compensação financeira" aos ganaderos. Mesmo aqueles açorianos, de todas as ilhas, que são contrários às touradas.

Este apoio é considerado ainda uma "transferência de capital" a uma "instituição sem fins lucrativos". Agora o lobby da tauromáfia é considerado uma instituição sem fins lucrativos? Não há vergonha!


terça-feira, 9 de junho de 2020

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Câmara de Angra: 19 mil euros para touradas



O DINHEIRO VAI PARA... AS TOURADAS!
Câmara de Angra apoia touradas com 19 mil euros

A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo pretende contratualizar com a Associação Regional de Criadores de Toiros de Tourada à Corda a transferência de 19 mil euros, destinados à realização, provavelmente no próximo ano, de uma tourada em cada uma das 19 freguesias do concelho.

O presidente do município, Álamo Meneses, adiantou ao DI que em causa está sobretudo uma medida de apoio aos ganadeiros, afetados pela paralisação imposta pelo novo coronavírus. “Os ganadeiros tem o gado no mato e têm de tratar dele todo o ano, foi uma forma de lhes fazer chegar algum dinheiro”, resumiu. Álamo Meneses reforçou que a medida se insere na linha que tem sido seguida pela autarquia, de apoio a setores importantes para a ilha. “Tentamos manter a nossa vida o mais direita possível”, explicou.


Fonte:
Diário Insular, 29/05/2020


Câmara da Praia: 11 mil euros para touradas



O DINHEIRO VAI PARA... AS TOURADAS!
Câmara da Praia apoia touradas com 11 mil euros

A Câmara Municipal da Praia da Vitória (CMPV), deliberou, por unanimidade, na reunião ordinária do passado dia 04 de maio, conceder um apoio financeiro no valor de 10.880 euros, à Associação Regional dos Criadores de Touros das Touradas à Corda (ARCTTC), mediante celebração de um contrato programa, destinado a mitigar os prejuízos provocados pelo cancelamento de diversas touradas à corda no concelho devido à pandemia COVID-19.

A proposta, submetida pelo presidente da edilidade, Tibério Dinis, na sequência de um pedido da ARCTTC, que manifestou-se preocupada com a subsistência das ganadarias face ao atual contexto pandémico, prevê a transferência, em valor equivalente, da verba orçamentada para as festas tradicionais do concelho. No entanto, ressalvou Tibério Dinis, caso se venha a realizar festas em junho, ou em julho, ou a partir dessa data, as mesmas não deixarão de ser apoiadas, pois ainda constam outros cinquenta por cento no âmbito do regulamento municipal de apoio às festas.

Os 10.880 euros atribuídos à ARCTTC serão depois distribuídos pelas ganadarias de acordo com o número de touradas realizadas pelas mesmas no concelho da Praia da Vitória na época taurina anterior. A ARCTTC foi fundada a 02 de junho de 2000 e conta atualmente com 15 ganadarias associadas, oriundas de três ilhas do grupo Central: Terceira: Francisco Sousa; Rego Botelho; Casa Agrícola José Albino Fernandes; Herdeiros de Ezequiel Rodrigues; Eliseu Gomes; Herdeiros de Humberto Filipe; Manuel João Rocha; João Gaspar; António Lúcio Ferreira; Francisco Pereira; Genoveva Tristão. São Jorge: Álvaro Amarante, Gabriel Azevedo; Paulo Teixeira. Graciosa: Manuel Silva.


Fonte:
https://praiaexpresso.com


domingo, 3 de maio de 2020

Mesmo sem touradas, há dinheiro público para touradas



Mesmo sem touradas, há dinheiro público para touradas!

Em plena crise económica devida à pandemia da Covid-19, o dinheiro público continua a jorrar para as touradas. E mesmo sem haver touradas!

“As duas autarquias da ilha Terceira decidiram atribuir apoios financeiros aos ganadeiros. Na Praia da Vitória será concedido o montante reservado para apoiar as comissões de festas com a realização de touradas, enquanto em Angra do Heroísmo o município vai adquirir um conjunto de touradas que serão realizadas nas diferentes freguesias do concelho, quando a pandemia o permitir.”

Fonte: Açoriano Oriental,
3 de Maio de 2020



domingo, 19 de abril de 2020

Meio milhão de euros cada ano para touradas na ilha Terceira



Meio milhão de euros cada ano para touradas na ilha Terceira

Na ilha Terceira, cada ano são gastos em touradas à corda entre 201.600 e 672.000 euros.

Segundo o Diário Insular (18/04/2020), em 2019, realizam-se 224 touradas à corda na Terceira. E a organização de uma tourada à corda implica “um investimento por parte dos promotores que pode representar um encargo entre os 900 e os três mil euros, ou mais”.

Felizmente para touros e pessoas, devido à Covid-19 muitas das touradas programadas para este ano serão canceladas.



quinta-feira, 9 de abril de 2020

Haverá touradas, nos Açores, em 2020?


Haverá touradas, nos Açores, em 2020?

Em todo o mundo têm sido canceladas touradas devido à pandemia do novo coronavírus. Em Espanha, todas as touradas previstas para os meses de março, abril e maio, foram suspensas por tempo indeterminado.

Na Terceira, as duas Câmaras Municipais não estão a licenciar touradas à corda e as Sanjoaninas foram canceladas, em reunião realizada a 27 de março de 2020, subentendendo-se que também foram cancelas as touradas associadas àquelas festividades.

Um pretenso festival tauromáquico de apoio a obras em igrejas da Terceira, previsto para 23 de maio, foi adiado.

Conhecendo bem o espírito dos adeptos da tortura animal, sabemos que tudo farão para matar o vício e à primeira oportunidade irão promover o máximo de touradas que puderem.

Será que, em 2020, haverá touradas na ilha Terceira? Será que, no passado, já houve algum ano em que não se realizaram touradas naquela ilha?

Se não vamos fazer futurologia, portanto nada vamos dizer sobre o que acontecerá este ano, sobre o passado, com recurso à Tauromaquia Terceirense, de Pedro de Merelim, relataremos o que aconteceu.

Com a implantação da República não houve qualquer alteração em relação às touradas, tanto a nível nacional como na ilha Terceira. Com efeito o projeto de Boto Machado apresentado na Constituinte para acabar com as touradas, não foi bem-sucedido.

Apesar da proibição das touradas à corda pelo General António Augusto de Oliveira Guimarães, em 1916, em plena Guerra Mundial, a deliberação foi revogada dois meses depois e naquele ano continuou a haver touradas, primeiro só aos domingos para não prejudicar os dias de trabalho.

Com o derrube da ditadura do Estado Novo, apenas houve uma tentativa de redução das touradas à corda, através de um edital do Dr. Oldemiro de Figueiredo, onde este estabeleceu que para evitar exageros, para além das 80 touradas tradicionais, só concedia licenças aos sábados, domingos e feriados.

Nem o sismo de 1 de janeiro de 1980 fez com que não houvesse touradas na Terceira. No que diz respeito às touradas à corda e apesar do apelo de alguns à moderação e para que a ociosidade fosse evitada, realizaram-se 90 touradas, 45 no concelho da Praia da Vitória e 45 no de Angra do Heroísmo.

Face ao exposto, se a situação se alterar um pouco, acreditamos que, acima das preocupações com a saúde pública, acima do respeito pelos direitos dos animais, acima do direito das crianças terem uma educação respeitadora de todos os seres vivos, vão prevalecer os interesses da indústria tauromáquica, com a cumplicidade de governos, autarcas e dos responsáveis pela diocese de Angra do Heroísmo.

Oxalá estejamos enganados.

José da Agualva
Açores, 5 de abril de 2020





terça-feira, 24 de março de 2020

Envie uma mensagem ao bispo de Angra do Heroísmo




Copie o texto abaixo, ou outro da sua autoria, e envie ao Bispo da Diocese de Angra:

Endereço:
domjoaolavrador@diocesedeangra.pt
CC:
matportugal@gmail.com, agencialusa@lusa.pt



Carta a Dom João Evangelista Pimentel Lavrador, Bispo Residencial da Diocese de Angra

Sua Excelência Reverendíssima

Vimos roubar-lhe algum do seu precioso tempo para lhe dar a conhecer, se ainda não está a par, as seguintes situações que merecem a nossa repulsa e indignação.

1- A presença de forcados, devidamente identificados pela sua indumentária, em procissão no dia 8 de março, em Angra do Heroísmo, alguns a transportar o andor da imagem de nosso Senhor dos Passos.

2- A realização de um festival taurino, previsto para o próximo dia 23 de maio, de apoio a obras das igrejas das Lajes e da Agualva.

Ao longo dos tempos são inúmeras as declarações de membros da Igreja Católica a condenar espetáculos tauromáquicos e outros onde são maltratados animais. A título de exemplo, referimos que o Secretário do Vaticano, Bispo Pietro Gasparri, em 1923, disse: “Embora a barbárie humana ainda persista nas corridas de touros, a Igreja continua condenando em voz alta estes sangrentos e vergonhosos espetáculos, como o fez Sua Santidade o Papa Pio V”. Mais recentemente, na sua encíclica Laudato Si o Papa Francisco escreveu: “sujeitar os animais ao sofrimento e à morte desnecessária não é digno de um ser humano”.

Face ao exposto, vimos manifestar o nosso desagrado e repúdio pela presença de forcados em procissão que, devidamente identificados, estavam a fazer propaganda de uma atividade condenável e não a manifestar a sua fé, e também pela realização de um espetáculo de tortura de touros para supostamente apoiar obras em igrejas.

Vimos, igualmente, apelar a Sua Excelência Reverendíssima para que não permita, de futuro, a presença de forcados identificados em procissões e não autorize que paróquias aceitem recolher fundos através de touradas ou outros espetáculos onde animais são torturados.

(Nome)



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Praia da Vitória: 15 mil euros para tourada



Câmara Municipal da Praia da Vitória gasta 15 mil euros numa tourada de praça

"Em conferência de imprensa, Tibério Dinis, Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória (acompanhado pelo vice-presidente Carlos Armando Costa – que é também responsável pela Cooperativa Praia Cultural, entidade que organiza a festa – e por Vasco Lima, Director Artístico), salientou a manutenção, “pelo terceiro ano consecutivo”, do orçamento e do modelo organizativo, sublinhando “a transparência total” com que se apresentam estas festividades.

Mantém-se o formato de concessão a privados ou entidades externas de espaços e/ou eventos das festas (como o recinto de espetáculos ou a vertente taurina e tauromáquica), “transmitindo parte significativa dos riscos para os privados e libertando verbas para introduzir novas apostas nas festas”, disse Tibério Dinis, salientando “o contributo público, que se mantém pelo terceiro ano consecutivo, nos 237 mil euros”.

Com um valor de receita e despesa de 462 mil euros, o Município, através da Cooperativa Praia Cultural, investirá 155 mil euros em desfiles, palcos, animação de rua, touradas à corda e procissões; 82 mil euros são para a direção artística preparar cortejos e a marcha oficial; sobram 90 mil euros para espetáculos, 120 mil euros para a Feira de Gastronomia e 15 mil euros de apoio à organização da Tourada de Praça das Festas da Praia."

Fonte:
Correio dos Açores
12 de Fevereiro de 2020



domingo, 2 de fevereiro de 2020

Aumento do IVA para as touradas



SIM AO AUMENTO DO IVA PARA AS TOURADAS ENQUANTO NÂO FOREM ABOLIDAS

Aos Grupos Parlamentares da Assembleia da República

O Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia dos Açores (MCATA), organização que se bate pela abolição da tortura animal nos Açores, considera positiva a proposta do Governo da República de aumento do IVA das touradas.

O MCATA repudia as declarações das Câmaras Municipais de Angra do Heroísmo, Praia da Vitória e Santa Cruz da Graciosa contrárias ao aumento do IVA, recordando que as mesmas ao longo dos tempos têm sido as grandes promotoras ou organizadoras de touradas, espetáculos anacrónicos e cada vez mais repudiados que já deviam ter sido abolidos, utilizando dinheiro público que poderia ser canalizado para a área social.

O MCATA apela ao Vosso Grupo Parlamentar para votar favoravelmente a proposta do governo.

Açores, 2 de fevereiro de 2020