segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Comunicado do MCATA: Crianças desrespeitadas e maltratadas na ilha Terceira


Crianças desrespeitadas e maltratadas na ilha Terceira

Mais uma vez crianças foram levadas e obrigadas a estarem presentes numa tourada de praça na ilha Terceira, assistindo à tortura sangrenta, impiedosa e sistemática de vários animais. Aconteceu agora nas Festa da Praia, mas este facto repete-se todos os anos e em diferentes celebrações, sem que exista o menor interesse em acabar com esta forma de desrespeito e de maltrato de crianças, muitas delas da mais tenra idade.

Na realidade, noutros anos, sem a mais mínima vergonha e consideração, já se realizaram na Terceira “corridas de touros para crianças” ou “espectáculos para crianças e idosos”, sempre com animais a ser torturados, sem nunca faltar o sangue e as bandarilhas, e mesmo com actuação de crianças na arena.

De nada serve que o Comité dos Direitos das Crianças da ONU diga que a tauromaquia é um espectáculo violento que coloca em risco a saúde física e mental das crianças que assistem ou participam nela.

De nada servem os estudos realizados por psicólogos de diferentes países que alertam para os riscos existentes para a saúde mental das crianças que são obrigadas a assistir à violência, sempre sangrenta, dos espectáculos tauromáquicos.

De nada serve que a entrada de crianças menores de 12 anos nas praças de touros seja proibida por lei, pois aparentemente há sempre adultos irresponsáveis que os acompanham para assim contornar a legislação.

De nada serve que o Governo da República, na sequência de uma recomendação da ONU, tenha assumido que ia elevar aquela idade para os 16 anos, já que aparentemente não é capaz de cumprir a sua promessa.

De nada serve a ética quando é possível incumprir, desrespeitar ou deturpar as leis nacionais e as recomendações internacionais. No mundo da tauromaquia, se é possível maltratar crianças, maltratam-se crianças. Se é possível torturar animais, torturam-se animais. Tudo em nome do negócio e de uma tradição que já não é deste século nem deste mundo.

E quando nas mesmas Festas da Praia é programada uma “espera de gado para crianças”, as autoridades estão à espera de quê? De que uma criança morra ou que fique ferida? Tal como ficam feridas ou morrem as pessoas que participam ou são apanhadas na rua pelas touradas à corda, estimando-se em média um morto e 300 feridos todos os anos?

Nos Açores vive-se no passado e os governos e demais autoridades estão subjugadas ou são coniventes com uma indústria, em declínio nos poucos países onde ainda persiste, que deseduca e que, para além de torturar animais, desrespeita e maltrata as crianças.


Comunicado do
Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA)
http://iniciativa-de-cidadaos.blogspot.pt/
22/08/2022





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