sexta-feira, 23 de março de 2012

Petição pelo Fim dos Subsídios Públicos à Tauromaquia nos Açores


Sua Excelência Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores,

Suas Excelências Presidentes dos Grupos Parlamentares à ALRAA,

Sua Excelência Presidente do Governo Regional dos Açores,



Ex.mas/os Senhoras/es,


Vimos, através deste instrumento de participação cívica, apelar à classe política e governativa da Região Autónoma dos Açores que se legisle o fim de subsídios públicos a práticas tauromáquicas.

Considerando o contexto socioeconómico do país e região, que através do desinvestimento na educação, no apoio social, na saúde, no emprego e salários, nos transportes, na habitação, numa cultura educativa, têm contribuindo para a degradação da qualidade de vida das populações, sendo muitas as famílias e pessoas que perderam emprego e apoios sociais e que têm dificuldades em cumprirem o pagamento de todas as suas despesas destinadas à sua sobrevivência com dignidade;

Considerando que os milhões de euros do erário público cedidos à tauromaquia nos últimos anos, nos Açores, não dinamizaram a economia nem o turismo regional, não produziram bem-estar social, tendo sido um “investimento” que beneficiou apenas um pequeno lobby;

Considerando que a ciência comprova e reconhece inquestionavelmente que os animais, como o touro e cavalo, são seres capazes de sentir emoções, medo, humilhação, dor física e psicológica, tal como angústia, stress e ansiedade;

Considerando que práticas tauromáquicas são uma expressão de insensibilidade e violência que deseduca e em nada dignifica a humanidade, sendo que estudos recentes comprovam que crianças e adultos que assistam a práticas tauromáquicas desenvolvem tendências de agressividade e violência;

Considerando que as tradições não são inamovíveis, sendo objecto de contínuas mudanças, nem podem constituir um argumento válido para justificar a continuação de práticas cruéis e violentas.

Considerando que uma sociedade que se diverte perante o sofrimento alheio não pode ser considerada uma sociedade saudável e que são cada vez mais os países, regiões e municípios por todo o mundo que estão a proibir a prática da tauromaquia e outros espectáculos violentos com animais.

Considerando que se quer que os Açores seja uma sociedade moderna, respeitada no mundo pelo seu apego e proximidade aos valores naturais, entre os quais o cuidado e bem-estar dos animais, aspecto de especial importância para fomentar um sector estratégico para a região como é o desenvolvimento do turismo de natureza.

Solicitamos que a Região Autónoma dos Açores tome as devidas medidas legislativas para dignificar as pessoas, o bom uso do dinheiro público e o bom nome da nossa região proibindo qualquer apoio financeiro ou logístico por parte de entidades públicas a qualquer prática tauromáquica, à semelhança do que foi feito pelo socialista Defensor Moura, pioneiro em Portugal ao declarar Viana do Castelo concelho livre de touradas.

Solicitamos ainda que a Região invista acima de tudo, e antes de mais, nas necessidades básicas dos Açorianos, como é a educação, saúde, habitação, acção social, transportes e criação e fixação de postos de trabalho, considerando sempre a preservação, defesa e respeito pela natureza, e pelo próximo, nos Açores.


2 comentários:

  1. Esta na altura de dar um salto civilizacional na nossa região "ecológica dos Açores", associando-se as entidades públicas à verdadeira defesa do bem-estar animal à luz da Declaraão Universal dos Direitos dos Animais, começando por estancar os dinheiros públicos na promoção de touradas e eventos atinentes, que são contra a sensibilidade da maioria dos açorianos, desrespeitam avida e dão má imagem do bom povo dos Açores.

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  2. Todos não somos demais para ajudar com práticas e tradições seculares que ofendem os mais elementares princípios e valores dos seres vivos: direito à vida e à sobrevivência.

    Ninguém deve ser impedido de nascer nem ninguém deve ser impelido a morrer.
    Nenhum ser vivo, seja humano, animal ou vegetal.
    Todos fazemos parte da Natureza, embora com funções diferentes.

    A Tauromaquia, em qualquer das suas formas, é uma agressão, uma brutalidade sobre animais.
    É uma atitude desnecessária, cruel e inútil que provoca dor e sofrimento a um ser vivo que merece respeito enquanto tal.

    Atribuir estatuto jurídico aos animais, que não são coisas mas seres, é uma atitude justa e elevada do ser humano para com os animais.

    Acabar com a atribuir de dinheiros públicos à tauromaquia, no seu todo nos Açores, é não apenas uma atitude digna, correcta e justa, como necessária para acabar com a irresponsabilidade e insensibilidade dos poderes governamentais e autárquicos a uma actividade em declínio.

    Quando o investimento público falta no país e na região a tauromaquia não pode ser a excepção, sobretudo à custa do bolso dos contribuintes regionais e nacionais.

    Felicidades para os promotores da petição pública que em boa hora a levaram a efeito.

    Francisco Vieira

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