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Açores, 2 de Novembro de 2012
Ex.mos/as Senhores/as
Diretor e Programadores/as da RTP-Açores,
Foi com alguma surpresa que tomamos conhecimento de que a RTP Açores tem agendada a transmissão de uma tourada no próximo sábado, dia 3 de Novembro, pelas 15 horas.
De acordo com a liberdade de programação que cabe aos operadores de televisão, prevista no art. 26º, da lei nº 27/2007, de 30 de Julho (Lei da Televisão), surpreende-nos que a RTP-Açores, serviço público de televisão, ignore o seu necessário espírito crítico e aceite promover uma prática repudiada, por todas as pessoas de bom senso e sensíveis ao sofrimento, pelo seu carácter violento com animais e pessoas. Se dúvidas houvesse disto, basta termos em atenção que só neste ano já morreu um touro e duas pessoas, uma na Terceira e outra no Pico, nas touradas à corda.
Espera-se que a RTP-AÇORES, ao prestar um serviço inquestionável à população dos Açores, tenha bem presente uma preocupação social ao não promover a violência em horário acessível a todas as pessoas e idades, e especialmente às crianças.
Considerando que a função de qualquer órgão de comunicação social é o de, para além de informar com isenção, promover o saber, fomentar a educação e nunca estimular maus costumes, sejam ou não tradicionais (como o alcoolismo ou a violência doméstica), ou fazer perpetuar tradições anacrónicas como as touradas que, banalizando a violência, levam à apatia e à insensibilidade perante o sofrimento alheio;
Considerando que a RTP-A tem um importante papel pedagógico na partilha de informação e conhecimento entre a população açoriana, que contribua para o seu desenvolvimento social e cultural;
Considerando que inúmeros estudos aprovados pela comunidade científica reconhecem que as crianças que são expostas a comportamentos de violência e agressividade, contra pessoas ou animais, são potenciais futuros agressores;
Considerando que a RTPA, como serviço publico, tem inquestionavelmente uma responsabilidade para com a sociedade;
Gostaríamos de ser esclarecidos/as sobre os critérios de inclusão na programação do canal público de televisão de programas profundamente deseducativos e que não contribuem em nada para o desenvolvimento ético e para bem-estar de todos os que vivem nos Açores.
Aguardamos a vossa resposta.
Com os nossos sinceros cumprimentos,
O Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores
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